CNEK

KARST DE SÃO PAULO – 1 Rio Claro


A- Notre correspondant brésilien

Rubens Hardt, notre correspondant à São Paulo, est désormais Docteur du karst

Le CNEK développe ses travaux d’exploration spéléologique et de recherche karstologique au Brésil depuis plus de 20 ans.

Depuis 1988, le CNEK développe des recherches spéléologiques et karstologiques dans plusieurs états du Brésil.

1- de la géoarchéologie

Nos recherches portent sur la géoarchéologie, c’est-à-dire les liens qui rapprochent le milieu naturel physique (géomorphologie) et l’utilisation de l’espace par les premières populations (archéologie), en collaboration avec Andrei Isnardis, docteur en archéologie de l’Universidade de São Paulo, actuellement professeur en Archéologie à l’Universidade Federal de Minas Gerais, à Belo Horizonte et Luis Eduardo Panisset Travassos, anthropokarstologue et professeur de géographie physique à la PUC Minas de Belo Horizonte. Nos travaux portent sur les états de Minas Gerais, Bahia et Piaui.

2- de la karstologie des roches carbonatées

Le deuxième volet de nos recherches porte sur l’exploration spéléologique et l’étude géomorphologique des karsts carbonatés (développement des grottes dans les roches calcaires) des états de Minas Gerais, Piaui, Bahia, Goias et São Paulo. Pour ce faire, nous entretenons des relations profondes avec nos compagnons du Grupo Bambui de Pesquisas Espeleologicas de Minas Gerais.

3- de la karstologie des roches siliceuses

Le troisième volet porte sur un domaine beaucoup moins bien connu de la géologie : la karstologie des roches non-carbonatées, à savoir des grottes naturelles développées dans les roches siliceuses comme les grès, les quartzites, les granites, etc. Les états étudiés sont le Piaui, Bahia, Minas Gerais, Goias, Mato Grosso, São Paulo et Parana. Nos recherches intègrent les objectifs du nouvel Instituto do Carste brésilien, créé en 2008, sous la direction de Augusto Auler.

Spécialiste des cavités des grès de la Serra de Itaqueri (près de Rio Claro, São Paulo), et du sud de l’état de Mato Grosso, Rubens Hardt développe une étude sur la karstification des grès siliceux de ces régions du Brésil et vient donc rejoindre notre groupe de réflexion constitué de chercheurs français (Université de Orléans, CNRS Rouen), de chercheurs belges (Université de Liège) et de chercheurs brésiliens (UFMG). Il a entamé en 2008 une recherche de doctorat avec les universités UNESP de Rio Claro (São Paulo) et de Rouen, sous la co-direction des professeurs Sergio dos Anjos Ferreira Pinto et Joël Rodet. Dans ce cadre, il a séjourné à Rouen entre septembre 2009 fin fin mars 2010. Le CNEK est heureux d’avoir partagé avec lui, de nombreuses expériences souterraines pendant son séjour européen : Belgique, Normandie, Fontainebleau, Besançon (stage de géochimie).

En mai 2010, nous avons partagé l’expérience du terrain dans la Chapada dos Guimarães, près de Cuiaba, dans l’état du Mato Grosso. Puis en juillet 2011, nous nous sommes retrouvés dans le karst des Campos Gerais (état du Parana) où nous avons observé les curieuses furnas de la région de Ponta Grossa – Vila Velha. Puis nous sommes retournés chez lui pour qu’enfin il « ponde » cette thèse tant attendue. Ce sera chose faite avec une brillante soutenance le 18 novembre 2011 à l’UNESP de Rio Claro, avec un jury brésilien et un jury français (installé en visio-conférence à Rouen). Depuis, Rubens est devenu Docteur, avec la mention très honorable. Félicitations à l’impétrant pour sa tenacité et sa perséverence. Valeu !

Lors de son séjour français, Rubens s’est largement impliqué dans le vécu du CNEK et participe désormais à notre politique de publications en intégrant le Conseil Editorial des Editions du CNEK.

B- Carste em Arenito

Karst dans les grès – Sandstone karst

O conceito de carste foi estabelecido tomando por base relevo desenvolvido em rochas solúveis, especificamente rochas carbonáticas, notadamente o calcário. Assim sendo, o estudo da gênese e dinâmica das formas desenvolvidas neste contexto foi estreitamente relacionado com a solubilidade química das rochas carbonáticas, a ponto de se considerar a existência ou não de relevo cárstico apenas em calcários e dolomitos, ou em evaporitos, sob condições climáticas favoráveis.

Le concept de karst a été établi en prenant comme fondement les reliefs développés dans les roches solubles, plus particulièrement les roches carbonatées, et surtout le calcaire. De ce fait, l’étude de la genèse et de la dynamique des formes développées dans ce contexte, a toujours été étroitement associée à la solubilité chimique des roches carbonatées au point de considérer l’occurence d’un relief karstique uniquement dans les calcaires et les dolomies, et éventuellement dans les évaporites, dans des conditions climatiques favorables (voir le développement en portugais).

Com o passar do tempo e a evolução dos estudos, pôde-se observar que certas formas, definidas como cársticas, ocorriam em terrenos considerados “não cársticos”, sobretudo em função da natureza das rochas. A observação de formas cársticas em relevos de rochas com baixa solubilidade foi então, durante muito tempo, denominado pseudocarste, sem qualquer estudo ou verificação dos processos que as geraram. Observações nas últimas décadas, no entanto, têm apresentado evidências de dissolução química nestas rochas, evidências estas que podem ser encontradas nas áreas propostas para este estudo. A continuidade dos estudos mostrou que, embora a solubilidade pudesse não ser o processo predominante, estava presente e era determinante para o desenvolvimento das formas, mesmo em rochas consideradas “insolúveis”, na realidade, de muito baixa solubilidade. Trabalhos diversos (Young ; Young, 1992 ; Younger ; Stunell, 1995) apresentam exemplos de relevo cárstico em arenito, e discutem os diversos processos formadores e formas encontradas, que justificaram atribuir a aquelas áreas de estudo a atribuição de carste. No Brasil, trabalhos relacionados a cavernas areníticas descrevem evidências de dissolução química (Martins, 1985 ; Hardt, 2003), sendo também possível correlacionar a área de ocorrência destas cavidades com um carste em arenito (Hardt 2003). Inerente ao conceito de carste, inclui-se a necessidade da atividade química como condicionante das formas [White, 1988 ; Ford & Williams, 1989 ; Klimchouk & Ford 2000], portanto, para a existência dos fenômenos cársticos, existe a necessidade do intemperismo químico atuando sobre a rocha, como processo importante no desenvolvimento do carste. A pesquisa que vem sendo desenvolvida por nós objetiva estudar o problema sob o enfoque da morfologia, buscando utilizar a análise dos elementos morfológicos do relevo como representantes de verdadeiros fenômenos cársticos, demonstrando, através de evidências e testemunho nas rochas, em especial nas cavernas, comprovar o desenvolvimento de atividade química como processo importante para a esculturação do relevo com características de carste em rochas não carbonáticas, em especial nos arenitos. Os estudos em andamento envolvem duas áreas principais : A Serra de Itaquerí, em especial sua porção leste, próximo do município de Ipeúna (São Paulo), e a região da Chapada dos Guimarães, no estado do Mato Grosso, extremo leste do município de Cuiabá.

Referências Bibliográficas :

FORD, D. ; WILLIAMS, P. (1989). Karst Geomorphology and Hydrology. London, Unwin Hyman.

HARDT, R. (2003).Formas Cársticas em Arenito. Monografia de Especialização. UNESP.

KLIMCHOUK, B. A. ; FORD, D. C. (2000). Types of Karst and Evolution of Hydrogeologic Settings. In : KLIMCHOUK, B. A. ; FORD, D. C. ; PALMER, A. N. ; DREYBRODT, W. (editors) Speleogenesis – Evolution of Karst Aquifers. Huntsville (USA). National Speleological Society.

MARTINS, S. B. M. P. (1985). Levantamento dos Recursos Naturais do Distrito Espeleológico Arenítico de Altinópolis, SP. Monografia de especialização, UNESP.

WHITE, W. B. (1988). Geomorphology and Hydrology of Karst Terrains. Oxford University Press.

YOUNG, R. ; YOUNG, A. (1992). Sandstone Landforms. Berlin Heidelberg : Springer-Verlag.

YOUNGER, P. L. ; STUNELL, J. M. (1995). Karst and pseudokarst : An artificial distinction ? In : Geomorphology and Groundwater (Brown, A.G. ed.), John Wiley & Sons, pp. 121-142.